22 de fev. de 2011

Anemias - Classificação e Diagnóstico

Nathan Cruz

Anemia Severa–Animal Atendido no LAC/HVU (2011).

De acordo com Thrall (2006), a anemia é diminuição da quantidade de eritrócitos (ERT), resultando em menor oxigenação tecidual. No entanto, quando temos um redução dos eritrócitos, podemos ter uma redução nos valores hematócrito e hemoglobina.

imageFONTE: JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004.

O hematócrito (Ht), ou VG é a massa eritrocitária, sendo mais utilizado na clínica para determinação mais rápida, da anemia. Na maioria dos contadores automatizados (Veja a postagem Conhecendo o LAC – HVU), a realização do hematócrito não é feito diretamente, e sim através da fórmula:

Ht = VCM X Nº ERT / 10

A utilização do método de micro hematócrito é onde a porcentagem de hemácias é obtida pela centrifugação a 10 000 r.p.m. por 5 minutos, a formação da coluna de hemácias como na foto a acima pelo empilhamento e compactação máxima das hemácias no microcapilar. Após a remoção da centrífuga, é possível notar três camadas distintas no tubo: a coluna de plasma no topo, as hemácias compactadas na base, e uma fina camada esbranquiçada de leucócitos sobre as hemácias compactadas, conhecida como creme leucocitário ou buffy coat.

A dosagem de hemoglobina (Hb) é realizada através determinação por espectrofotometria, das hemoglobinas dentro das hemácias, e não a presença hemoglobina livre. E claro, que em casos de hemólise intensa, principalmente ligada a problemas com a recepção e armazenagem da amostra, pode haver o falso aumento da Hb ou até fatores de normalidade, o que não será compatível com a diminuição dos valores de ERT e Ht.

CLASSIFICAÇÃO: São utilizados basicamente três parâmetros para a classificação das anemias, sendo: Índices hematimétricos, resposta medular e fisiopatogênese.

imageA) Índices hematimétricos – É o método base para a classificação dos eritrogramas, sendo compostos pelo VCM (volume corpuscular médio), CHCM (concentração de hemoglobina celular média) e HCM (hemoglobina corpuscular média). Desde do terço final do sec. XX, Wintrobe determinou que estes índices conseguiriam determinar as anemias em sua origem. O VCM determina se anemia é composta por células grandes (macrocíticas), normais (normocíticas) ou pequenas (microcíticas). O CHCM determina se o teor de hemoglobina em relação ao sangue está diminuído (hipocrômico) ou normal (normocrômico). O HCM por ser um valor determinado o teor de Hb em relação a uma hemácia, é considerado redundante para interpretação do eritrograma.

B) Resposta medular: Está relacionada a resposta a nível de medula óssea, sendo muito útil para determinação do quadro anêmico. A anemia pode ser classificada como regenerativa ou não regenerativa, com base na quantidade de eritrócitos imaturos na corrente sanguínea. A liberação precoce de hemácias imaturas é uma resposta normal da medula em decorrência da maior síntese de eritropoietina, principalmente pelo tecido renal, induzida pela hipóxia. Após hemorragias ou hemólise, há liberação de maior quantidade de hemácias imaturas na circulação, características regenerativas. Geralmente constata-se aumento da população de hemácias imaturas em um período de dois a quatro dias após hemorragia ou hemólise. A ausência de hemácias imaturas circulantes indica anemia não regenerativa, tal achado deve ser considerado como evidência de disfunção da medula óssea (THRALL, 2006). Ao lado imagem retirada do livro de Junqueira & Carneiro (2004), é importante citar que os reticulócitos são indicativos de células imaturas e presentes em anemias macrocíticas, no entanto equinos não liberam reticulócitos na circulação periférica. Outro tipo celular que aparece no sangue periférico são os metarrubrícitos.

Metarrubrícitos são eritrócitos imaturos nucleados.  Indicam anemia regenerativa, doenças mieloproliferativas ou hemangiossarcomas (LOPES et al, 2007).

imageFonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004.

REFERÊNCIAS

TRHALL, M. A.  et al. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. São Paulo: ROCA, 2004.

JUNQUEIRA & CARNEIRO. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

LOPES, S. T. dos A. et al. Manual de patologia clínica veterinária. 3. ed. UFSM: Santa Maria, 2007.

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