19 de set. de 2010

ARTIGO CIENTÍFICO: A fundamentação da pesquisa científica

Nathan Cruz

Você já pensou que o computador que você utiliza hoje para ler o nosso blog, os seus e-mails, as últimas notícias do mundo são frutos de um pesquisa científica, ou seja uma idéia que nasce de uma pergunta, ou de uma hipótese – academicamente falando.

A idéia e sua produção como afirmação da pesquisadora Moroz (2002) surge de uma representação da vida do ser humano, ou seja em dado momento essa idéia reflete a vontade de buscar o conhecimento para o enriquecimento de sua história ou contexto social.

A World Wide Web, ou a tão utiliza da internet surgiu das necessidades células militares comunicarem-se entre si em locais distantes, em diferentes países durante o pós-guerra.

O contexto social, a necessidade diária fez com que um grupo de pesquisadores buscassem um forma de comunicação através de tentativas e erros calculados, até o produto final. Na foto ao lado temos a impressão de estar vendo uma foto da NASA, de alguma galáxia, pelo contrário esta é uma esquematização gráfica da mundial de computadores interligados entre si, e você que está lendo este blog está em algum deste ponto. E tudo isso foi graças a ciência.

einstein_baby1Um exemplo mais próximo da nossa realidade é o tubo de micro-hematócrito, também chamado de microcapilar, pois é o conceito que os líquidos passam dentro de cilindros bem espessos vem das pesquisas físicas de Albert Einstein. A pesquisa dele foi aplicada na medicina que na época não existia a especialização hematologia, no entanto começaram a avaliar o sangue para utilização na transfusão em fronts, onde avaliação hemácia e o hematócrito. Mais uma vez um conceito de hipótese, necessidade e aplicação.

Será que o Einstein foi até o laboratório da época e falou – Ou cumpadi passa o sangue nesse tubo acho que vai servir! – ou então – O cara do laboratório bateu lá na porta do Einstein – Dá licença seu Einstein, belê? Oww… estávamos precisando uma idéia para quantificar quando de sangue indivíduo tem, e desta forma criar uma forma saber quando ele precisa de sangue, tipo assim tô tentando avaliar volume globular, o senhor tem alguma idéia!

Bem não foi assim, hoje até poderia ser – Nossa Einstein, genial RELATIVIDADE publica no facebook - mas antes no “século passado”, sem os adventos da internet, os cientistas ficavam isolados e a comunicação de suas idéias era feita pelos jornais, mas principalmente através de comunicações técnicas, que eram passadas através dos pesquisadores daquele determinado nicho científico. Somente assim cada um sabia o que o outro estava fazendo – a transmissão de idéias … por escrito é uma das características que o ser humano foi adquirindo, uma forma de acumular o conhecimento: a produção científica é um processo de construção do qual fazem parte os conhecimentos anteriormente formulados.

Conforme abordado por Moroz (2002), “não pretende-se acumular conhecimento de forma linear: a acumulação não é apenas a incorporação constante do anteriormente produzido, mas pode ser também a negação do conhecimento até então aceito. Quando uma nova forma de explica a realidade passa a vigorar, tornando a anterior inadequada”.

De tudo que falamos até agora podemos enxergar a importância do artigo científico, também chamado de paper. O paper comunica a sociedade científica daquele determinado nicho científico a pesquisa, por exemplo:

Dárcio é veterinário hematologista de vaca de leite, e um dia trabalhando leitura de reticulócitos  utilizando azul de metileno começou a ficar insatisfeito, depois de tentar várias diluições deste corante, ele utilizou tinta nanquim azul e viu que o esfregaço ficou mais limpo, sem resíduos de corante. Então ele resolveu contar para todo mundo desta técnica coloração. Então ele escreveu um comunicado para os interessados em vaca de leite (1º nicho), mais especificamente aqueles que trabalham hematologia (2º nicho), que facilitou a vida dele e denominando-a de Coloração Dárcio.

A primeira coisa que ele procurou foi uma revista, e escolheu a Conhecimento Veterinária. Mas seu colega chamado Luciano, falou que está revista não estaria a altura de sua descoberta e que ele deveria publicar um periódico (sinônimo = revista), já que a Conhecimento era um “revista” simples e que lá sua pesquisa não teria um “fator de impacto” como deveria. Daí o Dárcio pensou nossa o qual a diferencia de periódico e revista, e o que significa fator de impacto.

imagesREVISTA X PERIÓDICO - Bem revista e período são ambos meios de comunicação escrita, em que a informação deixa de ser privada, individual e passa a torna-se pública. No entanto, o Luciano referiu-se a revista como sendo algo de segunda mão. Pelo contrário o que ele falou é que a revista, neste caso a Conhecimento Veterinária tem um cunho voltada para um público em geral, mais popular, com linguagem fácil, cheia de variedades, sem termos muitos técnicos e conceitos menos elaborados.

Já um periódico é uma publicação voltada para público muito mais específico, editada com regularidade temporal maior que a revista, com menos ou nenhuma propaganda, termos e conceitos técnicos que instiguem no leitor a vontade comentar, discutir, aimages (1)argumentar as informações que estão sendo mostradas. Os periódicos podem também ser chamados de revista científica é tem como intuito maior divulgar os progressos da ciência, e tem artigos que foram revisados por pares, com objetivo de assegurar a validade dos dados citados, sendo suficiente para suprir que caso um pesquisador independente queira repetir aquele experimento informado, possa verificar resultados semelhantes ou próximos dos citados, tornando aquela revista como um registro permanente da produção científica daquela área.

FATOR DE IMPACTO - Com facilidades da internet, o mundo esta cada vez mais dentro de nossa casa, e temos acesso a todos “papers” e a veracidade e a qualidade das informações prestadas na revista científica devem ser imprescindível, e isso vai de encontro com o que o Luciano falou a respeito de fator de impacto. O fator de impacto é uma avaliação destes periódicos, sendo realizado por um órgão isento que comunica a mostra a comunidade científica a qualidade de trabalho de cada revista, no frigir podemos dizer que quanto maior for o fator maior será a leitura e a aceitação das informações como verdadeiras.

QUALIS é o sistema de avaliação brasileiro mantido pelo o CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação.  O Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender as necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação de periódicos e anais de eventos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção.

A estratificação desta classificação é baseado no cruzamento de várias informações deste o local (nacional e internacional) e qualifica no seguinte ranque – A, B e C sem que a escala é formada por oito estratos (A1, A2, B1 a B5 e C), sendo o estrato C de peso zero.

Munidos com estas informações Dárcio, procurou o periódico Vet Research Papers Lab., que tem um linha editorial voltadas para técnicas laboratoriais utilizadas em veterinária e tem um fator de impacto A2. A consultado dos fatores de impactos dos periódicos pode ser realizado gratuitamente no site do WEBQUALIS (http://qualis.capes.gov.br/webqualis/ConsultaPeriodicos.faces).

Definida o periódico, bastou apenas o Dárcio entrar no site da editora que o publica é ver as normas de publicação. Geralmente a estruturação dos artigos são feitas da seguinte forma:

TEMA – É importante esclarecer que um artigo científico não resume-se apenas a comunicação de resultados de uma pesquisa. Um paper pode ser um relato de caso, uma revisão de literatura, um comunicado sanitário. Enfim todo e qualquer tema que tenha importância científica e mereça ser comunicado para sociedade científica daquele determinado assunto.

RESUMO – Como o nome diz é uma explicação sucinta de todo estudo, isso facilita duas coisas para o leitor: 1º – Ele não precisa ler o trabalho inteiro para saber sobre o aquela pesquisa comenta. 2º – Papers são pagos e o preço é pouco salgado para ter-se acesso a todo conteúdo da pesquisa (FULL TEXT, denominação usual). Imagina pagar vinte dólares por um artigo e ele não servir. Então, as instituições de ensino superior para facilitar a vida dos pesquisadores, compram da editora uma licença de uso que é chamada de site licenses – permitindo assim qualquer acesso nas bases de uma determinada editora. Na UNIUBE temos a licença para maioria dos artigos da Science Direct (http://www.sciencedirect.com), nos computadores da universidade e de seus setores exceto do LIAE. Sempre é escrito na língua materna do autor.

ABSTRACT ou SUMMARY – Resumo em língua inglesa.

KEYWORDS ou Palavras-chaves – Este item facilita a vida das editoras e os agentes de biblioteconomia na hora de cadastrar o artigo e achar novamente – chamamos esta técnica de indexação, que facilita na recuperação daquele artigo em banco de dados, por exemplo dentro de uma biblioteca que tem um acervo de 20 mil periódicos e inúmeros papers. Vamos utilizar nosso exemplo, o artigo do Dárcio precisa ser indexado e o assunto de é sobre Utilização de tinta nanquim para determinação de reticulócitos em esfregaço sanguíneos de vacas leiteiras:

O artigo do Dárcio está pode ser classificado da seguinte forma – Ciências da Saúde: Medicina Veterinária: Hematologia: Eritrograma: Ruminantes: Bovinos Leiteiros: Técnicas Laboratoriais.

A indexação sempre tentará simplificar ao máximo a especialização do estudo do Dárcio, para ficar mais fácil quando precisarmos localizar em uma segunda oportunidade.

INTRODUÇÃO – Revisão bibliográfica que embase a pesquisa e o objetivo da pesquisa – Lembra-se o ato de pesquisa é pegar os conhecimentos já conhecidos e descobrir sua utilização ou então contesta-los.

MATERIAIS E MÉTODOS – Neste ponto o autor(es) irão contar tudo o que foi preciso para desenvolver tal pesquisa. Revistas que tem FI mais alto, exigem que autor descreva mais detalhadamente separando até por tópicos ex: Animais – Ambiente – Estatísticas – Formas de coleta dos dados e etc.

RESULTADOS E DISCUSSÃO – Aqui o autor(es) irão apresentar os resultados e discuti-los em relação a literatura existente. Em periódicos com FI mais alto tem-se a exigência de separar os resultados da discussão. Sendo assim, os resultados serão apresentados com tabelas e sua viabilidade estatística que comprova que aqueles dados apresentaram diferença e são relevantes, quando compara-se um grupo controle do testado. Na discussão serão abordados apenas os dados significantes com a argumentação pertinentes para eles. Tanto no resultados ou na discussão pode ser anexadas fotos do experimento, das amostras, gráfico e dentro outros elementos que ilustrem tal trabalho científico.

CONCLUSÃO – É a finalização do artigo e traz em suma as conclusões do pesquisador quanto a sua pesquisa, como que pode-se afirmar que os resultados significantes a respeito da determinado experimento inferem que a administrar cloranfenicol para cães por longo período causa aplasia medular, por exemplo.

REFERÊNCIAS – Parte dedicada as referências utilizadas para construção do paper, sendo que a referência bibliográfica é o conjunto de elementos de uma obra escrita que permite a identificação por qualquer pessoa.

EXERCÍCIO

Bem já que conhecemos o que é um paper, e suas características vamos fazer o seguinte exercício:

A) Escrever um artigo científico com o seguinte título: Caracterização dos leucócitos totais e respectiva importância clínica de veterinária – revisão de literatura.

B) Escolher uma periódico e montar o seu artigo nas normas dele, escolher o periódico no Science Direct, Scielo – Lembre-se mostrar qual o nome, o fator de impacto e do endereço da homepage da publicação.

C) O artigo poderá ser escritos em grupo de até quatro pessoas.

DICA: Lembre-se de escrever sobre todas as espécies animais, já que o artigo servirá como fonte de estudo para a 2º Prova de Diagnóstico Laboratorial. E que teremos sempre todas as semanas dicas para confeccionar este trabalho.

ENTREGA – Até 15 de outubro através do e-mail nathancruz@live.com

Referências deste post

MOROZ, M; GIANFALDONI, M. H. T. A. O processo de pesquisa: iniciação. Plano: Brasília, 2002.

Fator de impacto - http://www.ib.unicamp.br/biblioteca/fator

Webqualis - http://qualis.capes.gov.br/webqualis/ConsultaPeriodicos.faces

CAPES - http://www.capes.gov.br/index.php

18 de set. de 2010

PALAVRA-CRUZADA SOBRE COLETA E HEMATOLOGIA

A cruzada abaixo tem como objetivo fixar os conhecimentos adquiridos na primeira da matéria de Coleta e Hemograma, qualquer dúvida pesquisa no MEYER.image

image

12 de set. de 2010

MONITORIA TEÓRICA

No dia 14 de setembro acontecerá a monitoria teórica na sala P 201, 18:30 às 20:30.

Nesta semana não haverá monitoria prática na sexta-feira, porque estarei em prova de clínica integrada.

1 de set. de 2010

FERRO–Estudo clínico

Por Paula Bassi

O Ferro é um íon importante para a formação da hemoglobina, mioglobina e outras substâncias como os citocromos, a citocromo oxidase, a peroxidase e a catalase.

6Molécula de hemoglobina presente nos eritrócitos.

A quantidade total de Ferro no corpo é em média quatro gramas, dos quais cerca de 65% estão presentes na hemoglobina. Cerca de 4% estão presentes na mioglobina, 1% nos diversos compostos hêmicos que promovem a oxidação celular, 0,1% combinado à proteína transferrina no plasma sanguíneo e 15 a 30% armazenados, principalmente no fígado, sob a forma de ferritina.

O ferro é transportado pelo organismo ligado a β1-globulina presente no plasma, conhecida como transferrina. A Transferrina é uma glicoproteína sintetizada principalmente no fígado e é a principal proteína plasmática transportadora de ferro.

24

A Ferritina é uma glicoproteína de alto peso molecular, que armazena 20% a 25% do ferro do organismo. É encontrada principalmente no fígado, baço, mucosa intestinal e da medula óssea. Sua concentração sérica correlaciona-se com os estoques de ferro total do organismo. A limitação para sua utilização é que, por ser uma das proteínas de fase aguda, eleva-se em resposta a processos inflamatórios agudos, infecções ou traumas, em processos inflamatórios e em processos malignos.

bfrEstrutura molecular da ferritina. Fonte:http://www.itqb.unl.pt/~Metalloproteins_Bioenergetics/news/bfr.gif

A maior parte do ferro que adentra o plasma se liga à ferritina, sendo transportada para a medula óssea. Lá o ferro se incorpora a uma nova hemoglobina, que é colocada dentro de uma nova hemácia, que é liberada para a circulação.

lqes_empauta_novidades_1126_ferritina_aglomeradaMicroscopia eletrônica de aglomerados ferritinas – fonte: UNICAMP (2010).

O aumento de ferro sérico poderá ocorrer no tratamento de anemias com ferro, neoplasia da medula óssea, drogas mielossupressoras, anemia hemolítica e perniciosa, hepatopatias virais e crônicas.

A diminuição sérica ocorrerá em dietas pobres em ferro, na prenhez, nos casos de grandes hemorragias.

Consequentemente, os valores de Ferritina estarão alterados antes da diminuição dos níveis séricos do ferro, das mudanças morfológicas das células vermelhas ou dos sinais clínicos de anemia; sendo, portanto, o teste mais sensível para diagnóstico da deficiência de ferro.

As variações de concentração sérica da Transferrina ocorrerão em resposta à deficiência de ferro e em doenças crônicas, retornando ao normal após o tratamento. Normalmente, apenas 1/3 da transferrina plasmática encontra-se sob a forma saturada. A mensuração de transferrina usualmente é feita em relação a capacidade total de ferro que esta pode transportar, e a isto se refere como “capacidade total de ligação do ferro” (CTLF) do plasma.

Escolha três casos citados abaixo e desenvolva um texto com cada um, correlacionando a importância do ferro e seu possível tratamento.

 

Situações clínicas

Transferrina

Ferritina

Referência

Verminose crônica por Haemonchus em ovino

102 µg/dl

18 ng/ml

Tranferrina: 179-207µg/dl

Ferritina: 27-76 ng/ml

Anemia ferropriva em leitões

53 µg/dl

15 ng/ml

Tranferrina: 55-187µg/dl

Ferritina: 20-125 ng/ml

Anemia hemolítica causada por Babesia canis

284 µg/dl

456 ng/ml

Tranferrina: 33-147µg/dl

Ferritina: 80-800 ng/ml

Gestação em gado de leite

41 µg/dl

12 ng/ml

Tranferrina: 39-155µg/dl

Ferritina: 33-55 ng/ml

Cavalo de corrida - aplicação de Ferro erroneamente

238 µg/dl

329 ng/ml

Tranferrina: 50-198µg/dl

Ferritina: 43-261 ng/ml

Bezerros com suplementação rica em ferro (intoxicação)

110 µg/dl

297 ng/ml

Tranferrina: 39-155µg/dl

Ferritina: 33-55 ng/ml

Felino com dermatite atópica - tratamento com glicocortióide há 2 semanas

310 µg/dl

12 ng/ml

Tranferrina: 179-207µg/dl

Ferritina: 27-76 µg/dl

Nefrite crônica em um canino.

82 µg/dl

31 ng/ml

Tranferrina: 179-207µg/dl

Ferritina: 27-76 µg/dl

Composição fotográfica: Nathan Cruz.

HORÁRIO–Monitoria 2º Semestre

Pessoal,

Infelizmente houve um problema de comunicação e outras situações que fizeram que a monitoria de terça fosse cancelada.

Então estamos com o seguinte horário:

Sexta-feira –

7:30 às 9:00 – Plantão de dúvidas no bloco H122

9h ao 12:30 – Monitoria Prática e teórica – H122 – Levar jaleco e luvas.

Abraços, O MONITOR.

Casos clínicos: Esfregaço

Por Paula Bassi

CASO 1 - Canino, macho, 6 anos, Poodle

-Histórico: Proprietário relata que animal amanheceu muito quieta e deprimida, tem fraqueza e só dorme. Animal está apático, está com hiporexia há 2 semanas, viu animal vomitar 3 vezes no dia anterior. A urina e fezes estão normais segundo proprietário. Foi observado presença de carrapato durante a consulta.

 

Eritrograma

Resultados

Valores de Referência

Hemácias (milhões/mm3)

2,83

5,5-8,5

Hemoglobina (g%)

6,2

12-18

Hematócrito (%)

18,3

37-55

Proteína Plasmática (g/dL)

8,4

6,0-8,0

VCM (fl)

64,66

60-77

CHCM (%)

33,88

32-36

HCM (pg)

21,91

19,5 – 24,5

Observado presença de Babesia canis

clip_image002

  1. Classifique o eritrograma (de acordo com a fisiopatologia, resposta medular e morfologia) e explique as alterações encontradas de acordo com o caso clínico.
  2. No esfregaço sanguíneo, descrever as alterações morfológicas encontradas de acordo com o tamanho, cor e forma das hemácias.

CASO 2 - Canino, Fêmea, 1 ano, SRD

-Histórico: Perda de peso, anorexia e apatia por 3 semanas. A vermifugação e vacinação estão atrasados. As fezes estão amolecidas. Foi observado durante o exame mucosas pálidas, animal magro. No exame de fezes foi encontrado ovos de Ancilostoma spp..

 

Eritrograma

Resultado

Valor de referência

Hemácias (milhões/mm3)

4,2

5,5-8,5

Hemoglobina (g%)

9,2

12-18

Hematócrito (%)

27

37-55

Proteína Plasmática (g/dL)

7,2

6,0-8,0

VCM (fl)

64,28

60-77

CHCM (%)

21,90

32-36

HCM (pg)

34,07

19,5 – 24,5

 

clip_image002[4]

  1. Classifique o eritrograma (de acordo com a fisiopatologia, resposta medular e morfologia) e explique as alterações encontradas de acordo com o caso clínico.
  2. No esfregaço sanguíneo, descrever as alterações morfológicas encontradas de acordo com o tamanho, cor e forma das hemácias.

31 de ago. de 2010

VCM, CHCM, HCM–Meu Deus quem inventou isso… Foi o WINTROBE

A primeira matéria que aprendemos no Diagnóstico é a ler um hemograma completo, quem já não fez um como rotina em uma consulta médica?

Então, no hemograma vemos as hemácias, o teor de hemoglobina que é a parte funcional hemácia, e outros dados que são novos como o hematócrito, o VCM, o CHCM e o HCM. Sem contar os leucócitos, que é a parte branca do sangue.

Pois bem, devemos este tanto de siglas ao pesquisador Maxwell Myer Wintrobe (foto abaixo), homenageado em uma série de livro de hematologia que levam o nome dele, muito comum nas Universidade do hemisfério norte, principalmente nos Estados Unidos. Se lembra do Lehninger, em Bioquímica do Prof. Eustáquio. Esse tipo de homenagem tentar demonstrar a genialidade do cientista na determinada área.

November 2007 Wintrobe-1 Headshot.jpg-Maxwell Myer Wintrobe, nasceu em 1901 na Áustria, sendo autoridade no campo da hematologia médica. Seu textbook (pt. manual) hematológico foi o primeiro dedicado totalmente a esta área médica, e contribuiu muito para o diagnóstico correto das anemias e dos distúrbios metabólico sanguíneo.

De origem judaica devido a situações políticas migraram para o Canadá, para o estado Nova Escócia onde cresceu até 1912. No mesmo ano mudou-se para Manitoba onde conclui o High School (Ensino Médio) e ingressou na Universidade de Manitoba, onde obteve o diploma de médico em 1921, e 1926 o título de Mestre em medicina. Ainda em 1926, mudou para os Estados Unidos, para Nova Orleans, no estado da Louisiana, onde obteve o título de doutor, que lá é chamado de Ph.D (abreviação inglesa para Philosophy Doctor), em 1929 – intitulado carinhosamente de “The Erythrocyte in Man” (pt. Homem eritrócito).

Lecionou em diversas Universidades no Estados Unidos, e foi chefe de vários Hospital, principalmente na área de Medicina Interna. Atuou como Presidente da Sociedade Americana de Hematologia, em 1972. Em 1973, como Presidente da Associação dos Professores de Medicina nos EUA. Faleceu em 1986, devido a um infarto aos 85 anos, finalizando seis décadas de pesquisa e docência clinica, sendo o maior escritor acadêmico para área de hematologia médica.

Segundo a American Society of Hematology, em sua homepage –“Dr. Wintrobe foi o mentor e o cientista da rotina hematológica. Seu trabalho foi responsável pelo estabelecimento da hematologia, como uma especialidade médica. Seu livro-texto, Clinical Hematology (foto abaixo), sempre será a autoridade do deste campo médico…ele tornou-se hematologista antes da Hematologia existir”.

wintrobe Exemplar disponível na Biblioteca Central da UNIUBE, na área de Hematologia Médica.

LEIA MAIS EM:

_________. Maxwell Wintrobe. Wikipédia: Homepage, 2010. Disponível em:<http://en.wikipedia.org/wiki/Maxwell_Wintrobe>. Acesso em: 31 set. 2010. (língua inglesa)

KUSHNER, J. P. Maxwell Myer Wintrobe: Influential Teacher in the Field of Hematology. American Society of Hematology: Homepage, 2007. Disponível em: <http://www.hematology.org/Publications/Hematologist/2007/1169.aspx>. Acesso em: 31 set. 2010. (língua inglesa)

University of Manitoba. site: http://umanitoba.ca (em língua inglesa)

Bem-vindos ao Diagnóstico Laboratorial

Pessoal,

Gostaria de desejar as boas vindas a todos aqueles que estão cursando neste 2º Semestre de 2010, a matéria de Diagnóstico Laboratorial. A importância desta matéria é fundamental, porque aqui é que o aluno irá aprender a alcançar os olhos clínicos onde a visão humana não pode chegar.

O sangue é o principal aliado laboratorial que temos porque é neste imenso ducto que estão células, enzimas, hormônios, gases, minerais que determinam ou denunciam as alterações clínicas e onde elas estão sendo geradas.

rembrntTela de Rembrandt – Lição de anatomia do Dr. Nicolaes Tulp

Clinicar é uma arte, e como ler um pintura, sendo que a nossa tela é o corpo do animal quando aguçamos o olhar, enxergamos os detalhes, ponto a ponto e o conjunto, conseguimos determinar a época (evolução da doença), o artista (qual o agente etiológico – bactéria, vírus, parasita e etc.) e qual é  o estilo (características da doença – alterações patológicas).

O Diagnóstico é o gargalo da veterinária, não por ser somente difícil mas por definir aquilo que você nunca irá esquecer – como salvar uma vida!

Abraços e boa sorte a todos!!!

18 de mai. de 2010

FICHAMENTO

Pessoal,

A data de entrega do fichamento vai até amanhã (19/05), até às 23:59. Os fichamentos que forem enviados após este horário serão desconsiderados.

Fiquem atentos as atividades postadas no blog, da próxima vez não terá prorrogação de prazo.

Sempre posto atividades no final de semana.

Abraços,

NATCHAN!

17 de mai. de 2010

Dúvidas sobre o fichamento

Pessoal,

Surgiu algumas dúvidas quando ao Concurso de fichamento. E são elas?

Tem limite palavras ou caracteres para realizar o fichamento?

Não. O resumo é livre pode ter quantos caracteres que o grupo achar necessário. Ele deve mostrar um síntese dos tópicos do artigo.

A análise crítica tem limite de caracteres (palavras)?

Sim. Há um limite de 100 palavras, caso ao contrário há penalidades conforme as disposições do concurso.

Na análise crítica preciso citar fonte?

Não. A referência será seu embasamento teórico para realizar a crítica do determinado artigo, então não há necessidade de citar ao final de cada parágrafo o autor, até porque neste quesito está sendo avaliada a capacidade de crítica de cada grupo. A referência consultada deverá vir ao final da análise crítica.

Quantos referência eu preciso consultar?

Quantas que o grupo achar necessário para criar sua análise crítica. O pedido é que tenha pelo menos uma fonte, podendo ser ela livro, artigo, revista, folders, enfim o que o grupo achar de direito.

Posso entregar depois do prazo?

Não. Entregues depois do horário serão desconsiderados e a nota será zero.

NO BLOG HÁ POSTADO UM MATERIAL PARA ELUCIDAR A REALIZAÇÃO DE FICHAMENTO DE RESUMO, PROCUREM NO TÓPICO FICHAMENTO!

ABRAÇOS, É BOA ATIVIDADE!!!!!!!

16 de mai. de 2010

BANCADA: URÉIA CE (Labtest, 2008).

A Uréia CE é um sistema enzimático-colorimétrico para a determinação da uréia em amostras de sangue e urina, por reação de ponto final (fig. 1 e 2).

UreiaFig. 1. Kit Uréia CE Labtest. 
A uréia é hidrolisada pela urease a íons amônio e CO2. Os íons amônio reagem em pH alcalino com salicilado e hipoclorito de sódio, sob a ação catalisadora do nitroprussiato de sódio para formar azul de indofenol.

Ureia kit Fig. 2. Kit aberto de Uréia CE da Labtest.

A intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de uréia na amostra.

Espectrofotômetro com leitura em absorbância entre 580 a 620 nm.

Reagentes
1. Urease - Armazenar entre 2 - 8 °C. (fig. 3).
2. Tampão - Estoque - Armazenar entre 2 - 8 °C. (fig. 4).
3. Oxidante - Estoque - Armazenar entre 2 - 8 °C. (fig. 5).
4. Padrão 70 mg/dL - Armazenar entre 2 - 8 °C. Contém azida sódica. (fig. 6)

ureia 1Fig. 3. Frasco n. 1 – Urease

ureia 2 Fig. 4. Frasco n. 2 – Tampão

ureia 3 Fig. 5. Frasco n. 3 – Oxidante

ureia 4 Fig. 6. Frasco n. 4 – Padrão

Amostra:

Usar soro ou plasma (fluoreto, oxalato, heparina, EDTA) e urina. Não usar anticoagulantes contendo amônia. A concentração de fluoreto na amostra não deve ser maior que 3 mg/mL pois o fluoreto em altas concentrações é inibidor da urease.
A uréia é estável no soro ou plasma por 12 horas entre 15 - 25 °C e vários dias entre 2 - 8 °C.
A urina de 24 horas deve ser colhida em frasco contendo 2,0 mL de HCl 50% e centrifugada antes de usar. Não utilizar formol como preservativo para a urina.


Preparo de Reagentes
Tampão de Uso (Frasco n. 2)
Adicionar o conteúdo do frasco nº 2 (100 mL) a 400 mL de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco âmbar entre 2 - 8 °C.


Oxidante de Uso:
Adicionar o conteúdo do frasco nº 3 (25 mL) a 475 mL de água destilada ou deionizada e misturar. Estável 12 meses em frasco plástica entre 2 - 8 °C.


Urease Tamponada:
Adicionar 1,0 mL de Urease (nº 1) a 20 mL do Tampão de Uso. Estável 21 dias em frasco de vidro âmbar entre 2 - 8 °C.

Procedimento para urina
Para a dosagem de uréia na urina, diluir a amostra 1:50 (0,1 mL de urina + 4,9 mL de água
destilada ou deionizada). Multiplicar o resultado obtido por 50.

Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

 

BRANCO

TESTE

PADRÃO

AMOSTRA

----

0,01 mL

----

PADRÃO (n. 4)

----

----

0,01 mL

Urease Tamponada

1,0 mL

1,0 mL

1,0 mL

Misturar e incubar a 37 °C durante 5 minutos.

 

BRANCO

TESTE

PADRÃO

Oxidante de uso

1,0 mL

1,0 mL

1,0 mL

Cálculos

Uréia (mg/dL) = (Abs. do teste / Abs. do padrão) x 70

Ex:

Abs. do teste = 0,269

Abs. do padrão = 0,610

Uréia (mg/dL) = (0,269 / 0,610) X 70 = 31 mg/dL

Ou pode-se obter pelo fator de calibração:

Fator de calibração = 70 / Abs. do padrão

mg/dL = Abs. do teste X Fator de calibração

Ex:

Fator = 70 / 0,610 = 114,8

Uréia (mg/dL) = 0,269 X 114,8 = 31 mg/dL

“ É IMPORTANTE RESSALTAR QUE NA HORA DA PROVA VOCÊ DEVERÁ FAZER A DILUIÇÃO ESPECÍFICA, OU SEJA SOMENTE A QUANTIDADE DE UREASE E TAMPÃO DE USO QUE VOCÊ IRÁ UTILIZAR, ISSO É FEITO DE FORMA SIMPLES, ATRAVÉS DE REGRA DE TRÊS.”

Lembre-se: Como o volume da amostra é pequeno, deve-se pipetar diretamente no fundo do tubo de ensaio realizando uma medição cuidadosa para minimizar problemas de imprecisão.

Precauções, cuidados especiais e interferências e mais detalhes no site da Labstest – http://www.labtest.com.br.

 

BANCADA: PT Hemostasis: Tempo de protrombina (Labtest, 2005).

A finalidade deste exame é a determinação do tempo de protrombina (TP) (fig. 1) e medição dos fatores do complexo protrombínico (fatores II, V, VII e X).

PT hemo Fig. 1. Kit coagulométrico Labtest para TP.

A tromboplastina (fator tissular, fator III) desencadeia o mecanismo de coagulação da via extrínseca formando, com o fator VII, um complexo estequiometricamente (da termodinâmica: mistura perfeita) dependente do cálcio. O fator VII é transformado em uma enzima ativa (fator VIIa), que atua sobre o fator X gerando o fator Xa e este juntamente com fosfolípides do fator tissular, fator Va e cálcio formam o Complexo Ativador da Protrombina, que transforma a protrombina em trombina. Essa, por sua vez, atua sobre o fibrinogênio gerando fibrina. A formação da fibrina é macroscopicamente demonstrada pelo aparecimento de um coágulo. O TP é o tempo necessário para a formação de fibrina a mistura de tromboplastina, plasma e cálcio. Os resultados são obtidos através da comparação entre os tempos de coagulação do plasma de pacientes e do plays de referência, representando a medida da atividade dos fatores do complexo protrombínico (fatores II, V, VII, X).

O reagente PT Hemostasis (fig. 2) contém tromboplastina extraída do cérebro de coelho que tem grande sensibilidade às deficiências isoladas ou combinadas dos fatores II, fator V, fator VII e fator X, quando comparada com outras tromboplastina de cérebro de coelho.

pt hemo1 Fig. 2. Frascos de reagente n. 1. pertencentes ao kit PT Hemostasis da Labtest.

Metodologia deste exame é coagulométrica – QUICK.

O componente do kit é o reagente 1 que contém material liofilizado contendo extraído de cérebro de coelho >2% em tampão tricina (tipo de aminoácido derivado da glicina, utilizado como tampão quando não é possível utilizar tampão fosfato), azida sódica e demais estabilizadores (fig. 3).

Preparo do reagente: Adicionar ao frasco do reagente n.1 o volume exta de água tipo II indicado no rótulo (fig. 3). Recolocar a tampa e homogeneizar suavemente e deixar em repouso a temperatura ambiente (entre 15 a 25°C) durante 15 minutos. Antes de utilizar, homogeneizar suavemente, não agitando por inversão ou vigorosamente.

PT hemo 2 Fig. 3. Frascos dos reagentes do kit PT HEMOSTASIS, no frasco da esquerda o extrato liofilizado, e o frasco da direita o reagente já pronto para uso em sua forma líquida quando é adicionada a água tipo II.

Precauções e cuidados especiais: Utilizar EPI´s devido a natureza tóxica da azida sódica e cuidados habituais em relação ao risco biológico da amostra.

Material necessário para realização do exame: Banho-maria, Pipetas e cronômetro.

Na prova de TP o cronômetro é o principal instrumento pois através dele que iremos mensurar o tempo da coagulação do plasma citratado.

Amostra: Plasma colhido em citrato trissódico anidro.

Interferências analíticas: Amostra ictéricas, lipêmicas e hemolisadas podem modificar os resultados de modo imprevisível.

PROCEDIMENTO

1. ter um pool de plasma citratados obtidos de, no mínimo, 3 indivíduos sadios (não será necessário na hora da prática no H119 e na prova).

2. Realizar o teste em tubos de vidro rigorosamente limpos.

3. A temperatura do banho-maria deve estar entre 36-38°C (fig. abaixo).

banho maria

4. Incubar 0,1 mL do plasma a ser medido (referência, controle ou paciente) por no mínimo um minuto e no máximo 10 minutos.

5. Adicionar 0,2 mL do Reagente 1 (previamente aquecido a 37 °C) e disparar simultaneamente cronômetro. Misturar suavemente e manter no banho-maria por 9 segundos.

6. Remover o tubo, incliná-lo sucessivamente em intervalos menores que 1 segundo e observar a formação de um coágulo que interrompe a movimentação do líquido. Parar imediatamente o cronômetro e registrar o tempo.

Alça de Drygalsk ou também alça de platina é necessária para confirmar e segurar o coágulo presente no tubo.

Mais detalhes sobre colheita e preparo da amostra, interferências analíticas e outros informações, procure no site da LABTEST – http://www.labtest.com.br

HEMOSTASIA - Protrombina

A protrombina (fig. ao lado) proteíco da coagulação sanguínea, também denominada de fator II, fabricada no fígado mediante ação da vitamina K, que transforma-se em trombina, a qual atuando sobre o fibrinogênio, transforma-o em fibrina, constituindo-se em elemento fundamental da chamada "cascata de coagulação" (fig. 2)

O teste de TP mede o tempo necessário para um coágulo de fibrina se formar em uma amostra de plasma citratado após a adição de ions de cálcio e tromboplastina de tecido (fator III).

Fig. 2. Cascata de coagulação, evidenciando somente a participação da protrombina.

Através da do Tempo de protrombina podemos determinar a tendência de coagulação do sangue. O tempo de protrombina normal é de cerca de 11 a 14,6 segundos. Quanto maior for o TP, menor será a concentração de protrombina no sangue. O TP mede os fatores II, V, VII, X e o fibrinogênio.

O TEMPO DE PROTROMBINA (TP) também ser chamado de Tempo de quick, Tempo e atividade de protrombina. Tempo de Quick. É utilizado para o exame o plasma citratado, que deve ser refrigerado. Outros exames podem estar correlacionados com TP para construir um perfil hemostático do paciente sendo eles o Tempo de Sangria (TS), Tempo de Coagulação (TC) e o Tempo de Tromblastina Parcial Ativada (TTPA). 

A utilização do TP serve para a avaliação de alterações congênitas e adquiridas de fatores da via extrínseca da coagulação, no controle da anticoagulação e na triagem pré-operatória.
AUMENTO DO TEMPO: deficiência de fatores específicos a esse teste (VII, X, V, II), presença de inibidor, cirrose hepática, hepatites virais (A, B, C, D, E, G), hepatite autoimune, alcoolismo, cirrose biliar primária, colangite esclerosante primária, coagulação intravascular disseminada, terapia anticoagulante (Warfarina, dicumarínicos), antibióticos, colestiramina, esteatorréia, deficiência dietética de vitamina K, hipertireoidismo.

ATIVIDADE PROPOSTA

Sabendo a função da hemostasia e seus componentes complete com os nomes a figura proposta:

BIOSSEGURANÇA

Biossegurança é o conjunto de estudos e procedimentos que visam evitar ou controlar os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, físicos ou biológicos.

Outra definição que resume o é esse termo  é "o conjunto de ações voltadas para a prevenção, e proteção do trabalhador minimização riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira & Valle, 1996).

Ao trabalharmos em um laboratório estamos em contato direto com a riscos e perigos a nossa saúde, então sempre devemos seguir as orientações recomendadas pelos fabricantes dos produtos e os POP´s de segurança dos laboratório que de várias recomendações a mais importante é o uso dos EPI´s (abreviação de Equipamentos de Proteção Individual).

Vejamos abaixo a simbologia empregada para garantia da biossegurança dos profissionais de laboratório:

 RISCO BIOLÓGICO: Produtos (organismos ou substâncias) que representam risco a saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, sangue, amostras de microrganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana ou também substâncias danosas aos animais.

Produto Irritante (Xi): os produtos com este símbolo provocam ardência nos olhos, nariz e pele e até queimaduras.

Produto Nocivo (Xn): os produtos com este símbolo contêm substâncias tóxicas. deve-se evitar o contato com a pele e os olhos e não respirar os vapores.

Produto Tóxico: os produtos com este símbolo atuam como venenos. Quanto possuem um (+) são considerados Produto Muito Tóxico: são produtos venenosos muito perigosos que provocam náuseas e vertigens, podendo causar a morte. Em ambos os casos devem ser evitados completamente o contato com a pele e os olhos e nunca respirar os vapores.

Produto Inflamável: os vapores destes produtos inflamam-se em presença de uma chama ou de uma fonte de calor.

Produto Extremamente Inflamável: quando possuem o símbolo de (+), os produtos inflamam-se facilmente em presença de uma chama, mesmo a uma temperatura inferior a 0 ºC. Precauções: No 1º colocar longe de chamas ou de fontes de calor, e no 2º deve-se evitar qualquer contato com materiais inflamáveis.

Produto Comburente: os produtos com este símbolo facilitam a combustão de produtos inflamáveis. Evitar qualquer contato com materiais inflamáveis.

 

 

 Produto Perigoso para o Meio Ambiente: produtos com este símbolo podem contaminar o meio ambiente. Guardar estes produtos em recipientes adequados e nunca derramar para o meio ambiente.

 

 

Produto Radioativo: os produtos com este símbolo libertam radiação que pode levar à morte. Evitar a exposição a este tipo de produtos.

 

 

 

Produto Explosivo: os produtos com este símbolo explodem em presença de uma chama ou através do choque. Evitar a proximidade de chamas e o choque.

 

 

PESSOAL USE SEMPRE OS EPI´s (Jalecos, luvas, máscaras, toucas e óculos) sempre que forem entrar em contato com estes tipos de produtos.

REFERÊNCIA: TEIXEIRA, P; VALLE, S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1996.

TODAS AS FIGURAS FORAM RETIRADAS DA INTERNET.

BANCADA: Albumina (Labtest, 2005).

A albumina é uma proteína de alto valor biológico presente principalmente na clara do ovo, no leite e no sangue, sendo a principal proteína do plasma sanguíneo, sendo sintetizada no fígado pelos hepatócitos.

Fig. 1 Estrutura tridimensional da Albumina.

No kit ALBUMINA Cat. 19, a determinação deste componente sérico é por reação de ponto final. Por albumina ter propriedades de se ligar à uma grande gama de ânions orgânicos e moléculas complexas de corante, o sistema de medição baseia-se no desvio do pico de absortividade máxima de um corante complexo – o Verde de Bromocresol (VBC) – quando se liga à albumina. A cor formada é medida colorimetricamente entre 620 a 640 nm, sendo proporcional à quantidade de albumina na amostra até a concentração de 6,0 g/dL.

O VBC também chamado de Tetrabromometacresolsulfonoftaleína (fig. 2) é um composto químico utilizado principalmente como corante indicador, de aparência sólida, em forma de cristais, de cor amarelo claro e inodoro. É um composto tóxico e deve-se evitar a sua inalação, como o contato com a pele e olhos.

Fig. 2. Estrutura molecular do Tetrabromometacresolsulfonoftaleína, ou simplesmente verde de bromocresol.

Ele possui especificidade para a albumina, tendo uma excelente correlação com o fracionamento eletroforético em acetato de celulose e é facilmente aplicável à maioria dos analisadores semi-automáticos e automáticos capazes de medir uma reação de ponto final entre 625 e 640 nm.

A metodologia utilizada por este kit (fig. 3) é o Verde de Bromocresol, tendo no kit um frasco de reagente de cor que contém o tampão misturado com o verde de bromocresol, identificado pelo frasco n. 1. No frasco n. 2 há o padrão 3,8 g/dL, que é albumina bovina e azida sódica (fig. 4).

 Albumina Fig. 3. Caixa do Kit ALBUMINA do fabricante LABTEST.

Precauções recomendadas: Evitar a contaminação dos reagente por natureza química ou microbiológica que reduzem a estabilidade dos mesmo. E para o técnico a preocupação com a BIOSSEGURANÇA, então utilize EPI´s.

ALB kitFig. 4. Componentes do kit de ALBUMINA da Labstest, à esquerda o reagente de cor identificado como frasco n. 1. De tampa verde, identificado com a numeração 2, o padrão do kit.

AMOSTRA: Não usar plasma e sim soro sanguíneo.

POSSÍVEIS INTERFERÊNCIAS: Bilirrubinas acima de 38 mg/dL, hemoglobina acima de 180 mg/dL e triglicérides acima de 250 mg/dL que produzem diferenças significativas positivas.

INFLUÊNCIAS PRÉ-ANALÍTICAS: Relatado em pacientes que possuam obesidade, o valor de albumina tender a ser mais baixo. Torniquetes por mais de 3 minutos provocam o aumento do valor da albumina. Amostras obtidas com heparina de lítio e oxalato de potássio combinado  com fluoreto de sódio fornecem resultados falsamente diminuídos.

PROCEDIMENTOS: Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

 

BRANCO

TESTE

AMOSTRA

Reagente de cor (n. 1)

1,0 mL

1,0 mL

1,0 mL

Amostra

----

0,01 mL

----

Padrão

----

----

0,01 mL

Misturar e após 2 minutos, no máximo 10 minutos, determinar as absorbâncias do teste e padrão em 630 nm (no espectrofotômetro – fig. 5) ou filtro vermelho (600 a 640) acertando o zero com o branco.

espectrofotometro Fig. 5. Espectrofotômetro presento na sala H119, da Universidade de Uberaba – UNIUBE.

O volume mínimo para leitura fotométrica é de 1,0 mL, em casos de redução dos volumes é fundamental a atenção porque pode haver um aumento da imprecisão da medição.

CÁLCULOS:

ALBUMINA (g/dL) = (Abs. do teste / Abs. do padrão) X 3,8

Exemplo: Abs. do teste = 0,242 e Abs. do padrão = 0,302

ALBUMINA (g/dL) = (0,242 / 0,302) X 3,8 = 3,0 g/dL

A reprodutibilidade pode ser obtida pela seguinte conta, conforme recomendada pelo fabricante:

Fator de Calibração = 3,8 / Abs. do padrão

ALB (g/dL) = Absorbância do teste X fator de calibração

Exemplo:

FATOR: 3,8 / 0,302 = 12,6 g/dL

ALB (g/dL) = 0,242 X 12,6 = 3,0 g/dL.

OS DETALHES SOBRE O KIT ALBUMINA cat. 19 PODEM SER OBTIDOS NO SITE DA LABTEST: http://www.labtest.com.br.

REFERÊNCIA: ALBUMINA. Responsável técnico LABTEST DIAGNÓSTICA S.A. Lagoa Santa: LABTEST, 2005. Bula do kit colorimétrico.

BANCADA: Proteínas Totais (Labtest, 2005).

Em seu catálogo de testes, o Labtest oferece a determinação colorimétrica das Proteínas Totais em amostras de soro sanguíneo, líquidos pleurais, sinoviais e ascítico por reação de ponto final.

O exame funciona da seguinte forma, o reagente presente no kit (o Biureto), que possui íons cobre (Cu+2) que está em meio alcalino, quanto misturado a amostra liga-se as ligações peptídicas das proteínas séricas formando um alteração de cor (púrpura), que tem absorbância máxima em 545 nm.

O Reagente de biureto (RB) é um reagente analítico feito de hidróxido de potássio (KOH) e sulfato de cobre (II) (CuSO4), junto com tartarato de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O). Este reagente de coloração azul torna-se violeta na presença de proteínas, e muda para rosa quando combinado com polipeptídeos de cadeia curta. O hidróxido de potássio não participa na reação, mas meramente provê um meio alcalino no qual a reação ocorre.

                          

ESQ.: Esquematização molecular do reagente de biureto e DIR: foto do reagente de biureto (fonte: Internet).

O RB é estável, tem elevada sensibilidade tendo resposta positiva à todas as proteínas do soro, principalmente quanto o soro tem concentrações moderadas de bilirrubina e hemoglobina. No entanto, concentrações séricas de triglicérides maiores  que 500 mg/dL podem produzir interferências positivas que podem ser minimizadas utilizando como branco a amostra.

No kit LABTEST (fig. 1) estão presente o reagente de biureto (nº 1 – fig. 2) pronto para uso, padrão (nº 2 – fig. 3) composto por albumina bovina e azida sódica (sal incolor comum em sínteses orgânicas).

    Prototais kit Fig. 1: Kit LABTEST de Proteínas Totais.

CUIDADOS: Não pipetar os reagente coma boca, pois serem corrosivos podem causar queimaduras, e sempre utilizar luvas para realizar os procedimentos. Como nenhum teste conhecido pode assegurar que as amostras não são infectantes, é obrigatório o uso de EPI´s.

Prototais Biureto Fig. 2: Reagente de Biureto do kit, frasco n. 1.

A amostra deve ser de soro e líquidos (pleural, sinovial ou ascítico), sendo esta metodologia não adequada para dosagem das proteínas na urina e no líquor.

Prototais 2 padraoFig. 3: Frasco n. 2 - Padrão

PROCEDIMENTOS: Tomar 3 tubos de ensaio e proceder como a seguir:

  BRANCO TESTE PADRÃO

Amostra

---- 0,02 mL ----

Padrão (n. 2)

---- ---- 0,02 mL

Água Destilada ou deionizada

0,02 mL ---- ----

Reagente de Biureto

1,0 mL 1,0 mL 1,0 mL

Misturar e incubar a 37º C durante 10 minutos (banho-maria – fig. 4). Determinar as absorbâncias do teste e padrão em 545 nm (530 a 550), acertando o zero com o branco. A cor é estável durante 1 hora, ou seja, depois que preparação dos tubos podemos ler no espectrofotômetro até uma hora depois da incubação. Os volumes de amostra e reagente podem ser modificados proporcionalmente sem o prejuízo do teste.

banho maria Fig. 4: Aparelho de incubação (banho-maria).

Após o procedimento realiza-se o cálculo caso o espectrofotômetro não seja semi-automático, pela seguinte conta:

Proteínas Totais = (Abs. do teste / Abs. do padrão) X (4 g/dL).

Sendo que 4 g/dL é a concentração de PTotais do padrão.

Então:

Abs. do teste = 0,405

Abs. do padrão = 0,238

Proteínas totais = (0,405 / 0,238) X 4 g/dL = 6,80 g/dL

Outra conta que pode-se ser utilizada é baseado no intervalo de linearidade, ou seja:

Fator de calibração = 4 g/dL / Abs. do padrão

Utilizando o exemplo anterior:

Fator de calibração = 4 g/dL / 0,238 = 16,80 g/dL

Se a fórmula para Proteínas Totais é:

Proteínas Totais = Absorbância do teste X Fator de calibração (g/dL)

Logo,

Proteínas Totais = 0,405 X 16,80 g/dL = 6,80 g/dL

É aceitável um desvio de ± 10%.

PARA SABER MAIS DETALHES SOBRE AS INSTRUÇÕES DE USO DO KIT PROTEÍNAS TOTAIS, ACESSE: http://www.labtest.com.br

REFERÊNCIA: PROTEÍNAS TOTAIS. Responsável técnico Labtest Diagnóstica S.A. LAGOA SANTA: Labtest, 2005. Bula de Kit.

BANCADA: Coluna sobre testes laboratoriais

 

A coluna Bancada servirá aqui em nosso blog para divulgar os principais exames presentes no mercado, e aqueles realizados nas atividades na aula e da monitoria.

Então fique atento e aproveite!!!

Abraços, Monitor.

FONTE: Imagem da internet.